segunda-feira, 9 de abril de 2018

Chegou a hora dos leigos e leigas? Onde? Para quem?


Resultado de imagem para ano do laicatoA Igreja Católica lançou no Brasil o Ano do Laicato que ocorrerá ao longo do ano litúrgico de 2018, com o Tema “Cristãos Leigos e Leigas, sujeitos na Igreja em saída, a serviço do Reino” e o Lema “Sal da terra e Luz do Mundo”.  Pode ser mais uma oportunidade de retomar o papel do laicato na Igreja “ em saída”, como lembram certas falas e documentos. Volta-se, novamente, a falar do protagonismo dos leigos, dentro do modelo de igreja pedido pelo Vaticano II. Soltam-se muitas frases de efeito e reflexões sobre este protagonismo laical, aponta-se o mundo secular e suas culturas como o campo específico do laicato. Um ano voltado para o papel do laicato pode ser um momento de avanço pastoral, os leigos são “o sal da terra e a luz do mundo”, mas, seria bom também que os leigos e leigas fossem o sal da paróquia e luz da Igreja. Para o Vaticano II , os fiéis leigos são “cristãos que estão incorporados a Cristo pelo batismo, que formam o povo de Deus e participam das funções de Cristo: sacerdote, profeta e rei, realizam, segundo sua condição, a missão de todo o povo cristão na Igreja e no mundo”,  o Santo Povo fiel de Deus, leigos e leigas, deve viver as dimensões messiânicas inerentes ao sacramento do batismo, é preciso recuperar a consciência de que, pelo batismo, todos somos sacerdotes e sacerdotisas, profetas e profetisas, reis e rainhas,  e exercer estas funções “na Igreja e no mundo”. Exercemos nossa profecia batismal no serviço da Palavra de Deus. Leigos e leigas, no seguimento missionário de Jesus, têm a Palavra de Deus como fonte de sua espiritualidade, esta Palavra é a alma da ação evangelizadora, conhecer a Palavra é anunciar a Palavra, desconhecer a Palavra é desconhecer o próprio Cristo. Nossa dimensão profética batismal nos leva a apresentar o Pão da Palavra, sendo necessária a interpretação adequada dos textos bíblicos presentes na liturgia, na catequese e nas várias frentes pastorais, todo cristão batizado é agente da pastoral bíblica tendo em vista a animação bíblica de toda a pastoral. Viver o Ano do Laicato significa enfrentar o desafio do clericalismo, não adianta “empurrar” os leigos para as ações missionárias fora do ambiente eclesial enquanto o leigo for considerado “cidadão de segunda categoria” dentro da Igreja. Leigo comprometido não pode ser aquele ou aquela que trabalha obediente e calado nas obras da Igreja, como lembra Aparecida: “A construção da cidadania, no sentido mais amplo, e a construção da eclesialidade nos leigos, é um só e único movimento” (DAp 215). Leigos e leigas para o mundo, tudo bem! Mas, leigos e leigas para a vida da Igreja também!                                               Pascom

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