A Igreja Católica
lançou no Brasil o Ano do Laicato que ocorrerá ao longo do ano litúrgico de
2018, com o Tema “Cristãos Leigos e Leigas, sujeitos na Igreja em saída, a
serviço do Reino” e o Lema “Sal da terra e Luz do Mundo”. Pode ser mais uma oportunidade de retomar o
papel do laicato na Igreja “ em saída”, como lembram certas falas e documentos.
Volta-se, novamente, a falar do protagonismo dos leigos, dentro do modelo de
igreja pedido pelo Vaticano II. Soltam-se muitas frases de efeito e reflexões
sobre este protagonismo laical, aponta-se o mundo secular e suas culturas como
o campo específico do laicato. Um ano voltado para o papel do laicato pode ser
um momento de avanço pastoral, os leigos são “o sal da terra e a luz do mundo”,
mas, seria bom também que os leigos e leigas fossem o sal da paróquia e luz da
Igreja. Para o Vaticano II , os fiéis leigos são “cristãos que estão
incorporados a Cristo pelo batismo, que formam o povo de Deus e participam das
funções de Cristo: sacerdote, profeta e rei, realizam, segundo sua condição, a
missão de todo o povo cristão na Igreja e no mundo”, o Santo Povo fiel de Deus, leigos e leigas,
deve viver as dimensões messiânicas inerentes ao sacramento do batismo, é
preciso recuperar a consciência de que, pelo batismo, todos somos sacerdotes e
sacerdotisas, profetas e profetisas, reis e rainhas, e exercer estas funções “na Igreja e no
mundo”. Exercemos nossa profecia batismal no serviço da Palavra de Deus. Leigos
e leigas, no seguimento missionário de Jesus, têm a Palavra de Deus como fonte
de sua espiritualidade, esta Palavra é a alma da ação evangelizadora, conhecer
a Palavra é anunciar a Palavra, desconhecer a Palavra é desconhecer o próprio
Cristo. Nossa dimensão profética batismal nos leva a apresentar o Pão da Palavra,
sendo necessária a interpretação adequada dos textos bíblicos presentes na
liturgia, na catequese e nas várias frentes pastorais, todo cristão batizado é
agente da pastoral bíblica tendo em vista a animação bíblica de toda a
pastoral. Viver o Ano do Laicato
significa enfrentar o desafio do clericalismo, não adianta “empurrar” os leigos
para as ações missionárias fora do ambiente eclesial enquanto o leigo for
considerado “cidadão de segunda categoria” dentro da Igreja. Leigo comprometido
não pode ser aquele ou aquela que trabalha obediente e calado nas obras da
Igreja, como lembra Aparecida: “A construção da cidadania, no sentido mais
amplo, e a construção da eclesialidade nos leigos, é um só e único movimento”
(DAp 215). Leigos e leigas para o mundo, tudo bem! Mas, leigos e leigas para a
vida da Igreja também! Pascom
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